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União é o caminho do sucesso

Especialista em agribusiness, José Luiz Tejon Megido acredita que o cooperativismo é exemplo de capitalismo consciente e sustentável. Ele será a grande atração do terceiro dia da Semana Tecnológica do Agronegócio 2015

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Especialista em agribusiness e autor de mais de 30 livros, José Luiz Tejon Megido é enfático sobre a importância do cooperativismo para a economia brasileira: “Sem cooperativas não há futuro”, diz. Criador do conceito de agrossociedade, ele defende um capitalismo consciente, com negócios lucrativos, sustentáveis e que proporcione qualidade de vida aos trabalhadores e a outras pessoas do local em que estão instalados. Nesta entrevista, Tejon fala sobre os desafios das cooperativas, a evolução do agronegócio, a importância de se comunicar com a sociedade, entre outros temas.

O senhor criou o conceito de agrossociedade. No que ele consiste?

É um passo adiante em relação ao agronegócio. O conceito agribusiness envolve a soma econômica das cadeias produtivas, mas não considera os novos ingredientes de avaliação dos negócios com origem no campo. Envolve aspectos da sustentabilidade com o meio ambiente, responsabilidade social e evoluções em andamento, como análise da qualidade de vida e fatores educacionais da população envolvida no conjunto onde se originam as fontes da riqueza. Cidade e campo se fundem e passamos a ter a agrossociedade.

Como o país está em relação ao desenvolvimento de agrossociedades?

Encontro ótimos exemplos onde vejo cooperativas bem lideradas e administradas. Nesses lugares, tudo tem um nível que leva a ascensão. Nesses locais, a distribuição da renda melhora, não por artificialismos, mas por uma vontade de levar aos seres humanos as melhores práticas profissionais. Em cidades on

de o cooperativismo está bem liderado, encontramos agrossociedades e locais onde as lideranças da sociedade atuam de maneira generosa e voltada a um capitalismo consciente. E o Brasil precisa muito dessa alma, como proposta de civilização, como um todo. Qualquer presidente da República deveria assumir um binômio para o sucesso de um governo: empreendedorismo e cooperativismo.

Qual o perfil das novas gerações de produtores agrícolas?

No mundo todo, passamos a ver jovens, bem formados, atuando no agronegócio como um caminho de felicidade e riqueza. Um novo retorno ao campo, um campo agora com tecnologia e com uma sustentabilidade intensiva. Veremos segmentos e nichos de oportunidades, desde os múltiplos cafés especiais, passando por toda uma vasta área de hortifruticultura, especiarias, bebidas, e mesmo nas grandes culturas iremos ver graus distintos de segregação e alocação de novos agricultores, que serão, cada vez mais novos artífices do alimento e agroenergia. E nesse contexto, as mulheres vêm aí, cada vez mais competentes e dedicadas.

Como o cenário do agronegócio avançou?

Podemos destacar mudanças em termos de tecnologia, de educação, de novas mentalidades. As novas lutas antidesperdício de alimentos e a busca de organização e diálogo nas cadeias produtivas e com a sociedade consumidora são outras mudanças importantes. E para os próximos 10 anos, iremos ver isso de maneira acentuada, uma verdadeira globalização do agro. Produtores capazes no planeta inteiro, com novas fronteiras de suas fazendas. E o cooperativismo é a alma e a peça mais sagrada para viabilizar essas ousadias, com chances de êxito e de capilaridade.

Quais os principais obstáculos para o desenvolvimento do agronegócio hoje no país?

A governança. Esse é o nome da coisa. Precisamos de um executivo no governo que compreenda o poder do agronegócio brasileiro, para fazer dele uma proposta estratégica de Estado. E, ao lado dessa imensa cadeia produtiva, precisamos incorporar discussões de como participar mais do agribusiness global, setor que movimenta cerca de 12 a 13 trilhões de dólares no planeta. No nosso agro, somadas às cadeias do antes, dentro e pós-porteira, o faturamento não passa de 600 bilhões de dólares, ou seja, temos apenas 4% desse volume.

Qual a importância das cooperativas para o agronegócio?

Sem cooperativas não há futuro. Sem o espírito cooperativista não criaremos cidadania e valores numa população que vai ultrapassar 9 bilhões de habitantes, em altíssima velocidade, e todos sendo bombardeados por um arsenal de informações como nunca ocorreu neste universo humano. Sem fundamentos educacionais, transformacionais, empreendedores e cooperativistas não será possível para ninguém orquestrar esse progresso dentro da sintropia, da ética e de uma sociedade que busque progresso para todos. O cooperativismo bem feito demonstra isso. Fico fascinado ao ver situações em cooperativas brasileiras, com milhares de famílias, em cidades modelares, realizando aquilo que seria o sonho de qualquer pessoa consciente. Basta olhar, avaliar e investigar. Essas boas cooperativas também conseguem superar o tempo, fazer sucessores e ampliar suas bases de associados. Elas trazem e incorporam mudanças inexoráveis do viver.

Quais são os desafios das cooperativas no momento econômico atual do país?

Precisam ser competitivas, enquanto são ao mesmo tempo cooperativas. Precisam disputar mercado, enfrentar grandes e excelentes grupos empresariais. Mas elas podem se servir da busca de relações business to business, com grandes organizações globais e nacionais. Eu diria que, cada vez mais, o maior varejista do mundo precisará de fortes elos com fornecedores organizados em cooperativas sérias e confiáveis. Isso tudo não apenas no agronegócio, mas na Saúde, Educação, Transportes, em todas as áreas do cooperativismo formal.

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Uma das 100 personalidades mais influentes do agronegócio

José Luiz Tejon Megido

Filho adotivo, iniciou seus estudos numa escola para crianças excepcionais na Santa Casa de Santos, em São Paulo, sendo considerado um dos melhores exemplos de sucesso e superação no livro americano “Succeed On Your Own Terms”.

Múltiplas atuações: É executivo, professor, conferencista, compositor, músico e escritor. Assina como autor e coautor de 32 livros, como o best-seller “O Voo do Cisne”. Também foi eleito uma das 100 principais personalidades influentes do agronegócio 2014/2015, pela Isto É Dinheiro.

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